segunda-feira, 18 de julho de 2011

Horizonte

Ah, horizonte cretino que me prende ao instante
Que cativa o presente e resgata o distante
Com o passado me fere tal qual ferro cortante
Faz sangrar a ferida cuja dor é pulsante

Não queria jamais reportar-me a esse tempo
Pois ao ver essas ruas recordei sofrimento
Era tão pequenino, mas lutava por dentro
Eu pedia que a vida voasse no vento

Quem me deu essa dor? Quem me fez tão mal feito?
Diga ou então por favor, cala já o meu lamento
Libera o futuro que pode ser outro
Pois construo ao meu gosto um cenário bondoso

Quer saber? Eu receio que foi bom relembrar
Pra fechar a ferida e não mais ve-la sangrar
É preciso saber onde encontra-se a dor
Descobrir na medida o remédio do amor

O amor de quem abre o baú da verdade
Que revela correntes na alma e as arranca
Tão nobre sentimento encontrei ao te olhar
Fez doer num momento pra não mais machucar

Me perdoe horizonte por chama-lo cretino
Era só a defesa de um crescido menino
Deixa estar se ainda não pude curar
Mas a dor com certeza já não matará.

por Eduardo Pessoa Goulart

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