quinta-feira, 15 de março de 2012

A Dor da Alma

Senta-te ao teu piano e toca mais uma vez,
Repete as notas mais belas e faça delas a sangria pra essa dor que insiste em corroer,

Pois só a leveza do teu toque nelas pode agora acalentar-me o peito,
Assim ignoro o vil desprezo, recosto a cabeça no teu colo enquanto tocas todas elas,

Suspiro fundo e adormeço mas se ao despertar voltar a doer,
Toca outra vez, toca a vera, não titubeie, toque-as depressa.


por Eduardo Goulart

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Indiferença

"Tu te transformastes no mórbido
Que dói, menospreza, tráz pena,
Olhando a beleza ao lado,
Esquece-me, engana e desdenha.

À mesa o alimento e o ódio,
Falsa fartura que não alimenta,
A faca, instrumento de corte,
Prefiro-a mil vezes à indiferença.

Eu choro, tu te recolhes,
Sepultas o amor aonde jaz a tristeza,
Que importa se não me absorves?
Mata-me ou morre se és tu minha condena"!

por Eduardo Pessoa Goulart