quarta-feira, 13 de julho de 2011

Eu Falo Paralelo, Outro Idioma

Eu falo o paralelo, outro idioma,

Converso contigo a meias palavras, entoo bem forte o que a tua voz cala.

Falo do que é pertinente, do caos em minha mente, estrago o que é certo

O que ninguém mais sente.

Eu ando à tua sombra, me escondo em cataclismas,

É o medo de ser eu, de deixar-me assim à vistas.

Mas deixa que por certo hás ainda de ver-me,

Bonito e maltrapilho, desarrumado mas vivo.

O que te deixa pensativo é o que escondo em meu falar,

Por entrelinhas conto histórias, quem as há de decifrar?

Elas são memórias, são póstumas,

São glórias, são derrotas, são a fala de um amante que jamais pôde amar.

Abra teu caminho para eu nele me mostrar,

Saindo de tua sombra sendo eu o vexame de amar,

Sem vergonha, sem limites, sem pudor, sendo livre.

É o querer ser ouvido e por teus olhos bem quisto,

Compreendido num dialeto que é a expressão do meu gostar.

É intrínseco, quase explícito, idioma paralelo é falar do que sinto.


por Eduardo Pessoa Goulart

2 comentários:

  1. De uma sensibilidade e intensidade incrível seu poema! Cheguei aqui por indicação do Felipe Rosenberg... Adorei!

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  2. Obrigado Gabriela, to aprendendo a mexer nisso aqui, rs, mas seguimos criando e postando. Bjos

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