Eu falo o paralelo, outro idioma,
Converso contigo a meias palavras, entoo bem forte o que a tua voz cala.
Falo do que é pertinente, do caos em minha mente, estrago o que é certo
O que ninguém mais sente.
Eu ando à tua sombra, me escondo em cataclismas,
É o medo de ser eu, de deixar-me assim à vistas.
Mas deixa que por certo hás ainda de ver-me,
Bonito e maltrapilho, desarrumado mas vivo.
O que te deixa pensativo é o que escondo em meu falar,
Por entrelinhas conto histórias, quem as há de decifrar?
Elas são memórias, são póstumas,
São glórias, são derrotas, são a fala de um amante que jamais pôde amar.
Abra teu caminho para eu nele me mostrar,
Saindo de tua sombra sendo eu o vexame de amar,
Sem vergonha, sem limites, sem pudor, sendo livre.
É o querer ser ouvido e por teus olhos bem quisto,
Compreendido num dialeto que é a expressão do meu gostar.
É intrínseco, quase explícito, idioma paralelo é falar do que sinto.
por Eduardo Pessoa Goulart
De uma sensibilidade e intensidade incrível seu poema! Cheguei aqui por indicação do Felipe Rosenberg... Adorei!
ResponderExcluirObrigado Gabriela, to aprendendo a mexer nisso aqui, rs, mas seguimos criando e postando. Bjos
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